segunda-feira, 25 de abril de 2011

Davi, a Construção do Templo e a Desconstrução do Propósito

    F. Sales




Davi. Homem fervoroso, temente e servo de Deus.
Ninguém questiona isso.

Mas é interessante como a gente associa rapidamente um bom comportamento ao que conhecemos por características de um homem de Deus. Quase desapercebido. Com o passar do tempo tal pessoa torna-se tão homem de Deus que suas idéias e desejos são praticamente idéias e desejos do próprio Deus. Tenso isso!

Davi sempre teve um desejo. Construir uma casa para Deus. Ele nunca fez questão de esconder. O próprio Salomão testifica isso dizendo que seu pai não conseguiu levar adiante esse desejo por causa das intensas guerras que o cercaram (I Re 5:3).

Mas um belo dia, o Senhor finalmente deu a Davi o descanso de todos os seus inimigos que o rodeavam. E nesse dia belo, em sua casa, o rei remói seus pensamentos em busca de algo que lhe faça algum sentido. Um homem que viveu de batalhas encontra o sossego que tanto pediu e descobre que não está tão em paz consigo mesmo quanto achou que estaria (2Sam 7:1-17).

O desejo ainda pulsa.
– Natã, minha casa é feita de cedros... mas a arca de Deus mora em tendas...

Que desejo nobre, não?
Construir um local digno da grandeza do Deus a quem o rei serve! O profeta Natã estufa o peito e solta uma das frases mais lamentáveis da Bíblia:
Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque o SENHOR é contigo. 

Quão infeliz foi o profeta...
Imagine se você fizesse tudo o que está pulsando em seu peito pelo fato de que o Senhor nunca te abandonou, andando contigo por onde quer que você fosse (2Sam 7:9)? Infelizmente as mazelas da vida camuflam-se perfeitamente por detrás de bons comportamentos. E por ser enganoso o coração, é muito perigoso acreditar que há desígnios divinos por trás de todo anseio do coração do homem pelo simples fato deste andar com Deus (Pv 16:1).

Os preparativos só duraram até a noite. E se a noite vem quando já não é mais possível trabalhar, imagine o que não foi feito durante aquele dia! Todo o preparo havia sido feito (1Cr 28:2). Na mesma noite chegou o “MAS” de Deus:

“Mas naquela mesma noite veio a palavra de Deus a Natã”
2Sam 7:4

Psiu, falou besteira ein, Natã? Volta lá e conserta!

Veja que interessante. Embora a palavra do profeta soasse como se fosse o próprio Deus autorizando algo (que não autorizou), o trato de Deus não era com o profeta. Ele, que sonda os corações e conhece os intentos mais entranhados dos homens sabia que em Davi pulsava o influxo de um desejo em linha tênue com as boas intenções, mas que não condizia com a vontade Dele para aquele momento ou para o próprio Davi, por assim dizer.

“Você quer construir uma casa para que Eu more nela?
Do dia em que tirei os filhos de Israel do Egito até hoje, Davi, você já me viu habitando em alguma casa?
Eu não habito, Eu peregrino! Seja em tendas ou tabernáculos, Eu não habito, Eu peregrino!”

Isso não te causa arrepios?
Até um homem segundo o coração de Deus, em algum momento deseja aprisioná-Lo em algum local físico.

“De todos os lugares em que andei com Israel, você  por acaso ouviu que algum dia Eu cheguei para aqueles que lideravam o povo perguntando: Por que não me edificais uma casa de cedro?”

Será que não dá pra entender, Davi, que o prazer Dele é estar onde Seu povo está? E não resumir o encontro entre Criador e criatura à um dia da semana, em um horário específico e somente se for naquele local?

"Davi, deixa Eu te relembrar: Eu te encontrei escondido por detrás das ovelhas. Te fiz soberano, forte, sobre todo meu povo. Eu destruí seu inimigos, estive com você o tempo todo de sua vida e fiz seu nome conhecido. Seu nome se tornou como o nome dos grandes sobre a terra".

Como se não bastasse ser com Davi, Ele ainda afirma que é para a casa de Davi que reservou dinastia eterna. Ele deu descanso dos inimigos à Davi para perpetuar sua geração. Mas deixou bem claro:

“Sim, uma casa será erguida em honra ao Meu nome. Mas não será edificada por você, Davi, mas por seu filho”.

Às vezes precisamos ser relembrados daquilo pelo qual fomos chamados. Talvez o termo apropriado deva ser “cair em si”. E aconteceu com maestria com o rei. Porque depois de tais palavras ele orou, agradecido e voltou a guerrear.

E que “guerreada”!
Matou filisteus, escravizou moabitas, feriu sírios, enriqueceu com despojos e, como lhe havia prometido o Senhor, o seu nome ficou famoso, ao matar dezoito mil numa só batalha. Por onde ele passava fazia direito e justiça aos israelitas.


Agora avance um pouco no tempo. Cerca de dois mil anos.
Mais precisamente em Atos 7, no momento em que Estevão discursa. Seu testemunho da história hebréia é deliberado. Ele havia sido acusado por falsas testemunhas de estar falando mal do templo e das leis de Moisés. Espalharam boatos pelo povo, deturpando as palavras de Jesus dizendo que Ele destruiria o templo.

A resposta de Estevão é totalmente direcionada à dureza de coração daqueles homens. A biografia dos hebreus possui uma triste marca: resistência ao Espírito Santo. E quem se encontra na listinha negra de Estevão?

Sim, ele mesmo. Davi. Que por achar graça diante de Deus “achou” também que construiria o templo.

"Este achou graça diante de Deus, e pedia o achar um tabernáculo para a casa de Jacó.
Salomão, porém, edificou-lhe uma casa.
Mas o Altíssimo não habita em casas feitas por mãos; como disse o profeta:
O céu é o meu trono, E a terra o escabelo dos meus pés; Que casa me edificareis, diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso?
Não fez, porventura, a minha mão todas estas coisas?

Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis".

Esta é a nossa história (Incluo-me nela)!
Estamos sempre cheios de propósitos, desejos infindáveis, onde muitos deles soam até como sinfonia celestial, enquanto Deus nos pergunta até quando resistiremos ao Espírito Santo...

Obstinados, procuramos um modo de enclausurar Deus dentro de nossos propósitos mesquinhos, pregando apenas partes da Bíblia que condizem com o que acreditamos, sempre resistindo ao Espírito Santo...

Edificamos locais onde se deveria honrar o nome Dele, mas acabam funcionando como moradas Dele – quão triste é essa realidade – resistindo, assim, ao Espírito Santo. 

História antiga... e tragicamente atual.
Que Deus tenha misericórdia de todos nós.



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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Educação Cristã Pós-moderna

Na mente da maioria dos cristãos, a educação cristã formal qualifica uma pessoa a fazer a obra do Senhor. Desde que um cristão seja diplomado em uma Escola Bíblica ou Seminário, ele é considerado “apto” para o ministério. Se isso não ocorre ele é considerado um pseudo-obreiro cristão. Alguém abaixo dos grandes. Como pode uma pessoa assim pregar, ensinar, batizar ou ministrar a Ceia do Senhor se ele não foi treinado formalmente para fazer tais coisas? Não é verdade?

A idéia de que um obreiro cristão necessita freqüentar uma universidade cristã ou um seminário para ser um obreiro legítimo é um pensamento inculcado. Que horror! Tão inculcado que quando alguém sente um “chamado” de Deus para sua vida, ela ou ele está condicionado a buscar uma universidade bíblica ou um seminário para preparar-se.

Tal pensamento não se ajusta bem com a idéia dos primeiros cristãos. Universidades bíblicas, seminários, ou professores de escola dominical não existiam durante o tempo da igreja primitiva.

Tudo isso são invenções humanas surgidas muitas gerações depois que os apóstolos desapareceram.

Como então foram treinados os obreiros cristãos durante o primeiro século se eles não assistiram nenhuma escola religiosa? Indiferente ao treinamento ministerial de hoje, o treinamento do século I foi o comando manual em vez do estudo acadêmico. Foi uma questão de aprendizagem prática em vez de uma educação intelectual. Foi dirigida principalmente ao espírito em vez de ser dirigida ao lóbulo frontal.

No século I, as pessoas chamadas ao serviço do Senhor foram treinadas de duas maneiras:
1) Eles aprenderam as lições essenciais do ministério cristão vivendo uma vida compartilhada com um grupo de cristãos. Em outras palavras, eles eram treinados experimentando a vida na igreja não como líderes, mas como aprendizes.
2) Eles aprenderam a obra do Senhor sob a tutela de um obreiro maior e mais experimentado.

Comentando acerca da Igreja do século I, o puritano John Owen disse,Cada igreja até então era um seminário onde se providenciava a provisão e a preparação...”. Ecoando tais palavras, R. Paul Stevens afirma, “A melhor estrutura para equipar cada cristão está onde ele vive. Dispensa o seminário, o seminário dos fins de semana e durará mais tempo que ambos. Não há outra maneira de nutrir e equipar o obreiro fora da congregação local no NT. Na igreja neotestamentária, como no ministério de Jesus, as pessoas aprendiam no forno da vida, no contexto relacional vivo, trabalhando e ministrando”.

Em um completo contraste, o treinamento moderno para o ministério assemelha-se à conversação religiosa dos miseráveis consoladores de Jó: Racional, objetiva e abstrata. Não é nem prática, nem experimental, nem espiritual como deveria ser.

Trecho retirado do livro Cristianismo Pagão, de Frank A. Viola
                                                                           

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Fica a idéia: mais prática comunitária ao invés de teoria sistematizada. O que obviamente não anula os canais e ferramentas modernas de formação para os que buscam se aperfeiçoar como obreiros aprovados. Mas como tudo na vida, quando não há equilíbrio o que sobra são extremismos que pouco acrescentam e quase sempre atrapalham.

F. Sales

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Dilema das Decisões - Parte 2



























Via de regra, eu reafirmo que ninguém é louco de dizer que decisões não são importantes.

Ano passado assisti uma palestra aonde a seguinte pergunta foi feita:

Por que você acha que as decisões que você não tomou tornariam sua vida melhor do que ela é com as decisões que você tomou?

Na prática é mais ou menos assim: Você casou-se. Em seguida recebeu uma excelente proposta de trabalho no exterior, que não incluía sua nova família. Você disse não à proposta. No primeiro desentendimento conjugal após essa decisão você passa a acreditar que toda sua vida está fadada ao fracasso e que seria muito mais feliz se tivesse aproveitado a oportunidade profissional. Por que? E se no exterior você se tornasse usuário de droga, ou pegasse doenças venéreas; se fosse atropelado, ficasse paralítico ou perdesse a memória...

As decisões que você não tomou não invalidariam as mazelas da vida.

E existe um grande equívoco com a interpretação dos resultados. Um resultado errado deveria ser apenas um alerta de que existe outro caminho a ser traçado, e não promover uma chacina intelectual nos princípios que organizam as tomadas de decisões.

O cérebro utiliza princípios organizadores para definir qualquer atitude ou reação a respeito de determinado assunto. Tais princípios não desaparecem, mas podem ser substituídos. Por exemplo: pessoas não tomam leite enquanto comem manga no período da noite porque acreditam que faz mal. Elas foram ensinadas assim. Até o dia em que são questionadas a respeito do assunto e descobrem que não é bem assim. Então aquele princípio organizador é substituído por outro, robusto e embasado.

Pois bem, quando eu digo, insistentemente, que essa mesma pessoa passa mal do estomago porque sempre decidi errado, eu não estou chamando-a de ignorante, estou atacando diretamente a base de suas tomadas de decisões sobre o assunto.

A conseqüência disso não é outra se não o déficit da habilidade de decidir. O ato decisório passa a ser encarado como algo tenso e incômodo e por vezes evitado.

A redução de sua habilidade e vontade de decidir encaixa-se submissamente nas atividades decisórias de terceiros, que passam a decidir no seu lugar. É o que eu entendo por Dependência Decisória.

Perceba que, ter pessoas que facilitem suas tomadas de decisões é diferente de ser tomado por decisões alheias.

Na boa, decida decidir. Se errar, será de consciência e alma tranqüilas, porque errou tentando acertar. Além do mais, você nunca vai saber qual é o real sentido das pessoas falarem tanto que seu problema são as decisões que você toma. Ainda acredito que algumas realmente querem ajudar, mas temo que no âmbito religioso a coisa desande...

Assunto pra mais de metro e pra outro momento também.

Boa semana a todos.


F. Sales

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Analfabetismo funcional e evangelho: Apenas uma teoria



Por Daniel Clós Cesar

Eu tenho uma teoria. apenas uma teoria... não doutrina. Posso?

Minha formação acadêmica é de professor (o que não é grande coisa no Brasil, eu sei disso). Hoje já não atuo mais como docente, mas na coordenação acadêmica em um Instituto Federal, que por ser federal, dispõe de muitos recursos que outras instituições públicas (estaduais e municipais) sequer imaginam ter, mesmo na próxima década. Mas também trabalhei em lugares bem mais, digamos, acanhados... e por isso, apenas por isso e mais um monte de leitura especializada que me apoia... posso pensar nessa teoria.

O problema fundamental da igreja (as pessoas que são corpo), certamente é o afastamento do Evangelho apostólico para um evangelho humanista. Mas, junto a isso, outros problemas são associados.

Pesquisas brasileiras, apontam que 75% dos brasileiros são analfabetos funcionais (você pode ler sobre estas pesquisas clicando aqui e aqui, não as tirei da minha cabeça). Trocando por números mais palpáveis, significa que a cada 4 brasileiros, 3... sim, TRÊS, são analfabetos funcionais (em diferentes graus, é claro). Isso significa também, que dos 190 milhões de brasileiros, 142 milhões são analfabetos funcionais.

Ora... mas o que isso cara pálida?

O analfabeto funcional é uma pessoa que consegue decodificar os sinais (letras), ler frases, textos e palavras, mas, não consegue interpretar. Falta-lhe a habilidade de interpretação de textos, que adiquire-se com a prática da leitura e aprofundamento de estudos, duas coisas pouco usuais na sociedade ocidental tupiniquim. Lê-se pouco e investe-se mais em cirurgia plástica que em educação.

Assim, não por culpa deles... mas do ensino no Brasil que é precário... e dependendo das cidades, longe dos grande centros urbanos, tal analfabetismo atinge inclusive o ensino privado. A maioria dos professores brasileiros possuem apenas a formação básica de sua profissão (graduação), e milhões de brasileiros sabem ler, mas não entendem o que lêem.

O mesmo ocorre dentro da igreja, afinal, são os mesmos brasileiros. A Bíblia tornou-se chata, cansativa e complicada. Sim, isso é falta de uma vida espiritual e sim... isso é apostasia... mas também, menos importante mas com alguma importância... líderes evangélicos descobriram que não é preciso se dedicar muito ao estudo da Palavra e no conhecimento do Santo Deus, porque seus seguidores também não o fazem... pelo contrário, esperam que alguém faça por eles... esperam que outro decodifique e interprete.

Desse modo, a pregação ilustrada com muitos contos humorísticos, fatos do cotidiano, performances e malabarismos, "atingem" objetivos que um pregação fundamentada na Palavra não atingiria... pois poucos entenderiam o que se diz.

Esse texto não é... e também é ao mesmo... uma auto-defesa. Nós que regularmente escrevemos e publicamos textos na internet percebemos, a cada dia, uma piora no fazer-se entender. A cada texto que escrevo, percebo a constante necessidade, não de adaptar o texto, mas de construí-lo de forma que o que escrevo possa ser entendido por qualquer um... por este motivo é que não uso o twitter, por exemplo, pois numa sociedade assim, 144 caracteres me parece, como educador, algo absurdo.

No entanto... suspeito... que muito em breve, 144 letras serão muito... e nos comunicaremos apenas com algumas onomatopéias.

Maranata Jesus!


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Daniel Clós Cesar é professor de história, missionário e colunista (sem twitter) do Púlpito Cristão

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pequenez

Por Fabricio Cunha 

Interessante como nosso grande Deus gosta mesmo é de coisas pequenas e com elas se contenta. Vivemos querendo oferecer-lhe algo grande, acertar o centro de sua vontade, mas Ele gosta mesmo é do pequeno, do singelo, do simples.

O que se esperar de um Rei que entra triunfalmente num jumento, que diz-se revelar no rosto do pobre, que exalta o humilde, nos convida a sermos os últimos, a dar a outra face, que esvaziou-se de atributos de poder para exaurir-se em amor até a morte?
Mais (des)interessante do que tudo isso, é nosso anseio pelo grande. Investimos nossa vida, nosso tempo, esforços, recursos e saúde em projetos que são grande demais.
Coisas grandes demais, demandam tempo demais, desgaste demais, vida demais e nada que é demais é bom.
Na medida em que mergulhamos no demais, nos afastamos daquele que gesta o pequeno.
Quem está comprometido com o grande, anda rápido demais, não dá atenção às beiras do caminho, está sempre de “an passant”. E quem vive correndo não vê os lírios do campo, só anda olhando pra cima, não vê sorrisos infantis, não dá gargalhadas e, na verdade, nada tem, é tido.
O engraçado é que, mesmo sabendo disso tudo, sou constantemente tentado a envolver-me com mais do que posso fazer. E caio. Ou não entendo os porquês ou faço que não entendo, mas é a ânsia latente de ser reconhecido pelo que faço ou tenho. O problema são as categorias do Reino, onde o que importa é o que se é.
Quando se tem para se ser, não se tem, se é tido! O que realmente temos é aquilo que somos.
No reino do Grande Deus, somos chamados à pequenez, porta de entrada para as coisas grandes de verdade.
Postado originalmente aqui.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Dilema das Decisões - Parte 1





Ninguém é louco de dizer que decisões não são importantes. Mas você não precisa perder o sono por causa delas.

O processo decisório é um dos atos mais comuns e inerentes para nós. Você decide todos os dias que roupa usará, o que vai comer e qual caminho utilizará para chegar ao trabalho.

E por que não preciso perder o sono com isso?
Porque você vai decidir errado, quer queira ou não. Acostume-se! Cedo ou tarde a gente escolhe um caminho que parece perfeito, pra descobrir que se tratava de uma estrada de morte. Aliás, quando se entende isso fica até mais fácil encarar os fatos.

E outra: em algum momento, uma escolha errada terá sua repercussão negativa. Então não vale a pena se desfazer de todo seu plantio por causa de um resultado ruim.

Você não se sente meio “passado para trás” quando alguns dos seus amigos associam frases como “novos tempos” ou “novos começos” à novas amizades que eles acabam de construir não? Sei lá, soa como se, para começar algo novo na vida, você precisasse se desfazer de tudo o que tem, inclusive de gente que ainda gosta e respeita você.

Será que tudo deu errado mesmo? Caramba, tudo? Toda sua história, seu aprendizado, os amigos que fez e deixou, tudo o que aconteceu com você até hoje pode ser jogado no entulho porque você descobriu que tomou uma decisão errada?

Não está sendo dramático demais não? Que tal desmanchar a cara de cachorro molhado e perceber que a vida é assim? E que tal desmistificar suas escolhas também?

Faça o teste consigo mesmo. Se você já não consegue decidir nada antes de pedir aconselhamento, e às vezes não pede mesmo só pra não incomodar o conselheiro, é bem provável que você esteja sob o jugo de uma dependência decisória. Mas esse é um assunto para outro momento.

Pensamentos de segunda-feira, onde a gente acorda com preguiça inclusive de pensar em decidir.


F. Sales