segunda-feira, 18 de abril de 2011

Educação Cristã Pós-moderna

Na mente da maioria dos cristãos, a educação cristã formal qualifica uma pessoa a fazer a obra do Senhor. Desde que um cristão seja diplomado em uma Escola Bíblica ou Seminário, ele é considerado “apto” para o ministério. Se isso não ocorre ele é considerado um pseudo-obreiro cristão. Alguém abaixo dos grandes. Como pode uma pessoa assim pregar, ensinar, batizar ou ministrar a Ceia do Senhor se ele não foi treinado formalmente para fazer tais coisas? Não é verdade?

A idéia de que um obreiro cristão necessita freqüentar uma universidade cristã ou um seminário para ser um obreiro legítimo é um pensamento inculcado. Que horror! Tão inculcado que quando alguém sente um “chamado” de Deus para sua vida, ela ou ele está condicionado a buscar uma universidade bíblica ou um seminário para preparar-se.

Tal pensamento não se ajusta bem com a idéia dos primeiros cristãos. Universidades bíblicas, seminários, ou professores de escola dominical não existiam durante o tempo da igreja primitiva.

Tudo isso são invenções humanas surgidas muitas gerações depois que os apóstolos desapareceram.

Como então foram treinados os obreiros cristãos durante o primeiro século se eles não assistiram nenhuma escola religiosa? Indiferente ao treinamento ministerial de hoje, o treinamento do século I foi o comando manual em vez do estudo acadêmico. Foi uma questão de aprendizagem prática em vez de uma educação intelectual. Foi dirigida principalmente ao espírito em vez de ser dirigida ao lóbulo frontal.

No século I, as pessoas chamadas ao serviço do Senhor foram treinadas de duas maneiras:
1) Eles aprenderam as lições essenciais do ministério cristão vivendo uma vida compartilhada com um grupo de cristãos. Em outras palavras, eles eram treinados experimentando a vida na igreja não como líderes, mas como aprendizes.
2) Eles aprenderam a obra do Senhor sob a tutela de um obreiro maior e mais experimentado.

Comentando acerca da Igreja do século I, o puritano John Owen disse,Cada igreja até então era um seminário onde se providenciava a provisão e a preparação...”. Ecoando tais palavras, R. Paul Stevens afirma, “A melhor estrutura para equipar cada cristão está onde ele vive. Dispensa o seminário, o seminário dos fins de semana e durará mais tempo que ambos. Não há outra maneira de nutrir e equipar o obreiro fora da congregação local no NT. Na igreja neotestamentária, como no ministério de Jesus, as pessoas aprendiam no forno da vida, no contexto relacional vivo, trabalhando e ministrando”.

Em um completo contraste, o treinamento moderno para o ministério assemelha-se à conversação religiosa dos miseráveis consoladores de Jó: Racional, objetiva e abstrata. Não é nem prática, nem experimental, nem espiritual como deveria ser.

Trecho retirado do livro Cristianismo Pagão, de Frank A. Viola
                                                                           

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Fica a idéia: mais prática comunitária ao invés de teoria sistematizada. O que obviamente não anula os canais e ferramentas modernas de formação para os que buscam se aperfeiçoar como obreiros aprovados. Mas como tudo na vida, quando não há equilíbrio o que sobra são extremismos que pouco acrescentam e quase sempre atrapalham.

F. Sales

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2 comentários:

  1. Boa reflexão..
    Sabe França, infelizmente, os nossos Seminários têm se rendido ao racionalismo e ceticismo do Liberarismo teológico. Mas ainda há poucos que perseveram com teoria e vida cristã na prática. Não diria que fazer um Seminário seria ruim, mas, como diz um provérbio árabe "as palavras comovem, o exemplo arrasta multidões".
    Vejo que os primeiros cristãos eram verdadeiramente discipulados, nenhuma Instituição substitui um bom discipulado,lá o Evangelho era aprendido através de atos e não de palavras. Era realmente um estilo de vida. Porém em nosso contexto o Evangelho institucionalizou-se... e seu contexto foi adulterado e as motivações inconciliáveis com a pureza do Evangelho da Cruz.

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  2. Que bom ter um Blog Cristão para seguir,Abraço

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